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Entrevista de Taís Arruti à BandNews FM destaca papel da aprendizagem profissional e apelo por parcerias empresariais

 

Taís Arruti – AFT

A atuação da Auditoria-Fiscal do Trabalho na Bahia tem promovido impactos profundos na vida de milhares de adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade. Desde 2018, mais de 2.600 jovens foram inseridos no mercado formal por meio de programas de aprendizagem articulados por auditores fiscais com empresas de diversos setores. A auditora Taís Arruti compartilhou os bastidores dessa transformação social durante entrevista à Rádio BandNews FM Salvador, reforçando o papel humanizado da fiscalização trabalhista.

Para além da obrigação legal de cumprimento da cota de aprendizagem, a auditoria tem se consolidado como promotora de cidadania e dignidade.
“A gente não trabalha com aprendizagem profissional, a gente milita por ela. É a melhor política pública do país porque une dois pilares fundamentais: trabalho digno e educação”, afirmou Taís, que se dedica há anos à mediação entre empresas e jovens em situação de risco social.

O modelo adotado na Bahia — referência nacional — permite que empresas contratem aprendizes por meio de modalidades alternativas, como parcerias com órgãos públicos ou entidades formadoras. Esse formato tem sido essencial para incluir adolescentes afastados do trabalho infantil, em acolhimento institucional, em cumprimento de medidas socioeducativas ou com deficiência.

Um dos destaques mencionados foi o projeto Cidadão Aprendiz, realizado em parceria com Ministério Público, Defensoria Pública, Sistema S, ONGs e prefeituras. “A ideia é garantir não só a contratação, mas o acompanhamento integral desses jovens”, explicou a auditora, citando inclusive iniciativas culturais e esportivas como as desenvolvidas com a Orquestra Neojibá.

Durante a entrevista, Taís relatou episódios marcantes da atuação em campo, como as fiscalizações no Carnaval de Salvador e no Recôncavo baiano, onde a exploração do trabalho infantil na produção de fogos de artifício ainda persiste. Ela lembrou que o Brasil chegou a ser condenado na Corte Interamericana de Direitos Humanos por um acidente trágico nessa indústria.

Um caso recente comoveu a auditora e foi compartilhado no programa: um adolescente identificado em ação de fiscalização e encaminhado para um programa de aprendizagem foi assassinado antes de ser contratado.
“A mãe pediu uma declaração dizendo que o filho não era bandido, que seria aprendiz. O socorro chegou tarde demais. Precisamos agir com urgência”, desabafou.

A entrevista também foi marcada por um apelo aos empresários: “Não esperem a fiscalização bater à porta. Procurem a Superintendência do Trabalho. Cumpram a cota, ajudem a mudar realidades”.

Apesar dos avanços, o número reduzido de auditores fiscais no estado — apenas quatro para atender os 417 municípios baianos — é um dos maiores desafios. Taís ressaltou a importância do recente concurso que reforçou o quadro em âmbito nacional e concluiu deixando um chamado à sociedade: “Não basta dizer que é gente de bem. É preciso agir como tal”.

Veja a entrevista acessando o link: https://youtu.be/tkq486aa40g